Hoje passando pela rua vi um outdoor divulgando o curso de mestrado, de uma renomada instituição, com uma modelo negra. Nesta instituição o mestrado custa, para além dos valores que a grande maioria da população negra pode custear, acima de R$2.000,00.
Empresas, lojas, revistas e marcas cada vez mais usam modelos negros na divulgação de seus produtos, serviços e marcas. Isso é bom, as oportunidades para modelos negros estão melhores. Sim, isso é positivo.
Mas, o que questiono, é se as empresas “querem” parecer inclusivas, ou, realmente estão sendo inclusivas?
A população negra tem condições de fazer o mestrado daquela instituição? O modelo negro como gestor no comercial, mostrando os resultados da empresa, é reflexo do quadro de colaboradores, que tem na empresa? A loja tem a modelo negra em seus catálogos e site, mas, tem colaboradores negros na loja da grife?
Esta e outras questões nos impactam cotidianamente, é muito bonito colocar o negro na vitrine, porém, muitas vezes nem dentro do recinto ele pode estar!
A representação é importante, sim, queremos modelos negros. Mas, queremos mais ainda, que a representatividade esteja dentro das empresas, e não seja apenas uma jogada de marketing.
Fiquemos atentos, nem tudo que há negros é inclusão.